Nota sobre o ‘ler mal’, ou: preenchendo as lacunas do texto
domingo, 11 de dezembro de 2011
Nota sobre o ‘ler mal’, ou: preenchendo as lacunas do texto
sábado, 19 de novembro de 2011

Nota sobre o ‘ler mal’, ou: preenchendo as lacunas do texto
sábado, 15 de outubro de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
sábado, 14 de maio de 2011
O meu pai teria com certeza, como sempre, inúmeras histórias a contar sobre estas sessões de cinema...
quinta-feira, 5 de maio de 2011
a - quer se trate de Susannah, Debbie ou Gerda, a perspectiva de A. S. Byatt é sempre, para além de irónica, humana e crítica, claramente feminista. O que Byatt mais partilha com Matisse será certamente o lado humano que observámos nas personagens que habitam estes contos, tão presente também no belo texto de Jazz do pintor, nomeadamente na secção dirigida aos jovens pintores.- Aragon, Louis, Henri Matisse - a novel. NY: Harcourt Brace Jovanovich, 1979
- Byatt, A. S., The Matisse Stories. NY: Vintage Books, 1996 (no texto como MS, traduções minhas)
- Flam, Jack, Matisse in the Cone Collection: the poetics of vision. Baltimore, MD: Baltimore Museum of Art, 2001
- Gowing, Lawrence, Matisse. NY, Toronto: Oxford University Press, 1979
- Kelly, K. C., A. S. Byatt. NY: Twayne Publishers, 1996
- Matisse, Henri, Jazz. NY: George Braziller, 1992
Texto publicado na PNETliteratura a 3 de Julho de 2009
sábado, 30 de abril de 2011

Texto publicado na PNETliteratura a 3 de Julho de 2009
domingo, 24 de abril de 2011

"Medusa's Ankle" abre com uma descrição do quadro Pink Nude (1935) de Matisse, no texto designado como "Rosy Nude". Susannah, a professora de Linguística que confia ao cabeleireiro, Lucian, a "desintegração" (Byatt, 7) da sua cabeleira de senhora de meia-idade, não só tem os tornozelos inchados, mas também o poder da Medusa, contido já em potência no monumental nu pintado por Matisse no final de uma longa sequência de variantes. Na senda do ensaio de Hélène Cixous sobre o riso de Medusa, Byatt transforma a personagem de Susannah, no final do conto, numa figura afirmativa, positiva e - poderosa (Kelly, 56).Mais estrutural ainda é a relação do quadro Le silence habité des
maisons com o conto "Artwork". O misterioso quadro de Matisse é descrito pela voz narrativa que nos introduz no espaço narrativo do conto: um interior que retrata uma mãe e filho debruçados sobre um livro, poisado sobre uma mesa onde há também uma jarra de flores. O insólito do quadro está no facto de as figuras não terem traços fisionómicos, e o livro desmesuradamente grande estar em branco, sem quaisquer caracteres impressos. Mais, todo o interior tem um fundo negro, no qual a custo se distingue o esboço a giz de um círculo em cima de uma haste - um totem? - por cima de uns tijolos. A janela, que ocupa o lado superior direito do quadro, abre para uma paisagem de folhagem e sol, que contrasta com o interior sombrio e estranho e apenas tem afinidade com a jarra de flores e o livro aberto. Interrogamo-nos com a voz que narra: "Quem é o totem que está de vigia por debaixo do tecto?"O texto continua a descrever o silêncio da morada do casal de artistas, habitado por sons como o da máquina de lavar roupa e da TV ligada sem ninguém estar a ver. Nesta casa, numa subtil dança de espelhos entre as personagens, vai estar em jogo a criatividade de cada uma delas e no seu conjunto, e vai perspectivar-se uma discussão implícita sobre o conceito de "arte" na sociedade contemporânea (vd. gravura que antecede o conto, L'artiste et le modèle reflétés dans le miroir). Quem é o modelo de quem neste conto? Quem inspira quem, e quem é que estabelece novos padrões artísticos, e baseando-se em que valores? A dedicatória do livro sugere - na emoção: "For Peter, who taught me to look at things slowly - with love." Ver, complementado com sentir. Uma lição que não é de agora e me faz recordar, entre outros textos, a novela Tonio Kröger de Thomas Mann. Olhar as coisas para realmente as ver, significa para A. S. Byatt olhar com tempo, com vagar - na dedicatória parece equivaler a - com emoção. O conceito de obra / trabalho de arte como algo produzido em limites rigorosamente individuais aparece como que desfocado, desestabilizado neste conto, muito apropriadamente intitulado "Artwork".
"Artwork" usa-se em três acepções: de modo mais geral, "um objecto ou objectos produzidos por artistas"; mais especificamente, "desenhos, fotografias ou ilustrações incluídas num livro ou numa revista"; finalmente, na acepção que apenas encontrei num dos dicionários consultados, "trabalho de artes gráficas ou plásticas, especialmente pequenos objectos decorativos ou artísticos feitos à mão".
(a continuar)
Bibliografia:
- Byatt, A. S., The Matisse Stories. NY: Vintage Books, 1996 (no texto como MS, traduções minhas)
- Flam, Jack, Matisse in the Cone Collection: the poetics of vision. Baltimore, MD: Baltimore Museum of Art, 2001
- Gowing, Lawrence, Matisse. NY, Toronto: Oxford University Press, 1979
- Kelly, K. C., A. S. Byatt. NY: Twayne Publishers, 1996 (no texto como Kelly)
Texto publicado na PNETLiteratura a 22 de Junho de 2009
domingo, 10 de abril de 2011
Matisse em Baltimore I - A Cone Collection
dentro um peixe vermelho - com Matisse. O texto é de Retrato em movimento, de 1967, e conta a história do pintor e do peixe vermelho que se transforma em peixe amarelo, depois de passar por mutações negras, ensinando a lição da metamorfose. É que Matisse pintou variações do motivo do peixe vermelho (poisson d'or) em datas diferentes, de 1909 até 1921. No quadro Zorah sur la terrasse, de 1912, o aquário com peixes vermelhos parece estar fora do contexto mas, por ser um motivo recorrente na obra de Matisse e pela sua colocação no canto inferior direito do quadro, funciona como assinatura do pintor. Hoje é da relação de Matisse com a literatura que gostaria de vos falar.
ão de arte, e adquiriu óleos, esculturas, desenhos, gravuras e livros ilustrados, incluindo Interior with Dog (1934), Purple Rob with Anemones (1937), The Yellow Dress (1950). Como coleccionadora criteriosa que era, Etta quis dar um contexto histórico à sua colecção e comprou também obras de predecessores de Matisse no séc. XIX - Delacroix, Ingres, Corot, Degas, Cézanne, Toulouse-Lautrec, van Gogh e Gauguin. No testamento de Claribel estava estipulado que a colecção deveria ir para o Museu de Arte de Baltimore, se "o espírito de apreço pela arte moderna em Baltimore progredisse". Felizmente assim aconteceu, e a esplêndida Colecção Cone aí está para quem a quiser ver, atraindo a Baltimore visitantes interessados em ver a exuberante arte de Matisse. Bibliografia:
- Louis Aragon, Henri Matisse - a novel. NY: Harcourt Brace Jovanovich, 1971
- Jack Flam, Matisse in the Cone Collection: the poetics of vision. Baltimore, MD: Baltimore Museum of Art, 2001
- Lawrence Gowing, Matisse. NY, Toronto: Oxford University Press, 1979
- John Jacobus, Henri Matisse. NY: Abrams, 1973
Texto publicado na PNETLiteratura a 11 de Junho de 2009
Imagens: blogs.princeton.edu; christies.com; destination360.com;outandaboutnewspaper.com




