sábado, 30 de junho de 2012





Polifonia em 'Parábola del Palacio' de Jorge Luis Borges

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       De natureza mais similar é a relação entre o texto de Borges e a parábola de Kafka "Eine kaiserliche Botschaft". Esta parábola tem sido interpretada de muitas maneiras diferentes, e dela se poderia afirmar o mesmo que Deleuze/Guattari afirmam da obra de Kafka em geral, respondendo à pergunta: “How can we enter into Kafka’s work? This work is a rhizome, a burrow.”[1] A razão pela qual é possível interpretar a obra de Kafka de tantas maneiras diferentes, é a principal característica desta obra, que os dois autores resumem deste modo: “Only the principle of multiple entrances prevents the introduction of the enemy, the Signifier and those attempts to interpret a work that is actually open to experimentation.” [2] A definição de facto estético como “inminencia de una revelación, que no se produce” [3], é o principal elemento que Borges herdou de Kafka, tal como o encontramos em "Eine kaiserliche Botschaft". O Imperador moribundo (a velha ordem, a autoridade, a concepção essencialista de texto) envia pelo seu poderoso mensageiro uma mensagem que nunca chega ao súbdito, ao “tu” distante do Sol imperial. A mensagem chega apenas através do sonho, da imaginação, acentuando assim a liberdade da leitura e a ambiguidade do texto e da mensagem. Kafka e Borges, pertencendo embora à Modernidade, antecipam teses fundamentais das Teorias do texto do séc. XX e da Pós-Modernidade.
       Resta a nostalgia da “palavra do Universo”, a que o ser humano não tem acesso. Só Deus poderia entender essa palavra e a sua infinita polifonia. Só a memória de Deus poderia ser infinita e eterna. A memória humana, conservada nas instituições da Literatura e da Biblioteca, não é eterna nem infinita. Repetidamente Boeges exprime a nostalgia pela metafísica perdida, e o desejo de totalidade, de ordem no universo. Em "Parábola del Palacio", isso traduz-se na ficção da recriação do mundo pelo poeta numa composição poderosa, constituída por uma só palavra, a palavra do universo: “Al pie de la penúltima torre fue que el poeta (que estaba como ajeno a los espectáculos que eran maravilla de todos) recitó la breve composición que hoy vinculamos indisolublemente a su nombre (...) El texto se ha perdido; hay quien entiende que constaba de un verso; otros, de una sola palabra.” [4]
 
       Este texto improbable gozaria das virtudes da representação conseguida e perfeita: “Lo cierto, lo incredible, es que en el poema estaba entero y minucioso el palacio enorme, com cada ilustre porcelana y cada dibujo en cada porcelana y las penumbras y las luces de los crepusculos y cada instante desdichado o feliz de las gloriosas dinastías de mortals, de dioses y de dragones que habitaron en el desde el interminable pasado.” [5] Aqui temos mais um exemplo de enumeração em Borges para reproduzir a realidade, neste caso o palácio do Imperador. Na verdade, o palácio é uma metáfora para os ditames da realidade exterior e da representação estética. O exemplo mais conhecido na obra de Borges de tentativa de dar a realidade em toda a sua multiplicidade e complexidade é o Aleph. Mas Borges conhece bem as limitações dos possíveis prismas artísticos, dos vários Alephs, sejam eles simulacros ou verdadeiros. Se o universo for infinito, a ideia de totalidade na arte (a representação conseguida na “palavra do universo”), ou na enumeração, não faz o menor sentido, pois será sempre incompleta, parcial; em segundo lugar, da ausência de tempo, de História, de perspectiva linear, causal, resulta a incapacidade de ordenar, de perspectivar. A enumeração apenas reproduz a desordem da realidade, e a representação em arte (mimésis) é impossível. Mas como se continua a pensar arte em termos de representação, todo o espelho se torna para o artista um verdadeiro pesadelo.[6]
 
       Ao mesmo tempo, subsiste uma imensa nostalgia da coincidência e harmonia dos dois universos, da arte e da realidade, e da possibilidade de a arte dizer, nomear a realidade. Esse é o “facto estético” que Borges herda de Kafka, para quem tudo é ainda representação. A realidade é sonho para Kafka, o sonho traz a realidade, a realidade é ainda representável. Embora a realidade – a mensagem imperial – seja inalcançável para Kafka, aquilo que nos é dado sempre é o plano do sonho, da arte, da representação. Borges tem em comum com Kafka a visão lúcida e céptica perante uma realidade social que só pode alcançar-se pela ironia. Nessa visão crítica da sociedade, são semelhantes. Mas para Kafka a arte tem ainda o poder de representação, ainda é habitável. Para Borges, é inalcançável, é infindável, o segredo que o mensageiro transporta não chega nunca, fica sempre aquém da existência humana. Para Borges, a arte não é representação do real. A realidade é dura demais e a arte situa-se noutro plano, não cria nem muda a realidade, como em Yourcenar. Em vez disso, chama a atenção para os limites do humano, para a tragédia da condição humana – a realidade sociológica e ontológica, impiedosa e imperante, impõe-se, tal como vemos no final de "Parábola del Palacio". Nesta sua visão céptica do poder redentor do verbo poético e do seu poder de representação, Borges aproxima-se do pensamento estético vienense do séc. XIX, que escolhe o silêncio como condenação da palavra poética, por não ser capaz de exprimir a realidade.
 
       Ao mesmo tempo que aspira à revelação metafísica, à totalidade, Borges mostra verdadeiro terror do infinito, como mostra a personagem Funes el Memorioso, o homem que não consegue esquecer.[7] Aqui fala da recordação como “Lo recuerdo (yo no tengo derecho a pronunciar esse verbo sagrado, sólo un hombre en la tierra tuvo derecho y esse hombre há muerto)”.[8] Tal como no poema "Everness", só Deus conserva tudo na sua “profética memoria”.[9] Em "La Biblioteca de Babel", de Ficciones (1944), distancia-se claramente dessa verdade contida na mensagem metafísica: “la Biblioteca incluye todas las estructuras verbales, todas las variaciones que permitem los veinticinco símbolos ortográficos, pero no un solo disparate absoluto.” [10] A única ordem possível é a desordem “que, repetido, sería un ordem, el Orden”. Este é o único lenitivo para a saudade da metafísica perdida: “Mi soledad se alegra com esa elegante esperanza.”[11] Daí o elogio da forma curta e concisa, mas ao mesmo tempo a continuação da tentativa de enumeração paratáctica em várias descrições da realidade exterior na sua obra. Mesmo sem a capacidade para descrever a complexidade do real dada na hipotaxe, a parataxe corresponde mais ao rizoma na obra de Borges, à rede de relações que estabelece entre textos, sem contudo estabelecer uma hierarquia. O que aparece na obra de Borges é, assim, o próprio mundo dos livros e dos textos, a Biblioteca, que se substitui à realidade exterior, aliás com toda a nostalgia do mundo real como no poema "El Outro Tigre". Borges parte de universos literários e recria-os. Aceitando a não-totalidade, a não-solução dos enigmas, a não-revelação, ele acaba por continuar a colocar questões metafísicas, mesmo sem acreditar na metafísica. A aspiração romântica do poeta em "Parábola del Palacio" é recriar o universo pelo poder ideal da palavra. Esse ideal revela-se utópico. A realidade impõe-se na crueza dos seus limites: a morte e o esquecimento. A palavra do universo permanece como demanda sem fim, a arte é a arte do inacabado, do impossível.
 
       Para concluir, gostaria de situar estes dois textos de Borges e de Kafka no quadro de uma mudança de paradigma na transição da Modernidade para a Pós-Modernidade, mudança essa mais acentuada em Borges, mas manifestando-se já claramente em Kafka. Resumindo e esquematizando, às noções estáticas de Livro e Biblioteca correspondem as noções dinâmicas de Texto e Escrita. À Intersubjectividade das teorias essencialistas de Literatura correspondem a Intertextualidade das modernas teorias textuais do séc. XX. A perspectiva monológica da estética da representação é substituída pelo dialogismo da estética pós-moderna e pela desconstrução. A noção de Tempo é substituída pela noção de Espaço, a Árvore de conhecimento hierárquica é substituída pelo conceito multirelacional de Rizoma. O Labirinto da Modernidade dá lugar à Rede, um labirinto sem saída única, i. e., sem metafísica. Finalmente, os conceitos aristotélicos de identidade, substância, causalidade e definição dão lugar aos conceitos de analogia, relação, oposição não-exclusiva, e portanto de dialogismo e ambivalência.[12]
 
       Na verdade, e muito embora os Imperadores e Poetas dos três textos analisados se oponham entre si e não criem uma relação de diálogo, a prática dos três autores, nomeadamente a de Borges, situa-se já claramente na Pós-Modernidade, pela sua relação dialógica, intertextual e dinâmica com outros textos, sem os quais o leitor não pode estabelecer toda a riqueza potencialmente contida nesta "Parábola del Palacio".

Ana Maria Delgado
Instituto Camões / Georgetown University
Obras citadas
 
Balderston, Daniel, Borges, realidades y simulacros. Buenos Aires: Biblos, 2000.
 
Belitt, Ben, “The enigmatic predicament: some parables of Kafka and Borges”. Tri-Quarterly 25, 1972, p. 268-291.
 
Bernstein, Leonard, Young People’s Concerts. (Videorecording): with the New York Philharmonic / CBS. West Long Branch, NJ: Kultur Video, 2004.
 
Blüher, K. H., “Postmodernidad e intertextualidad en la obra de Jorge Luis Borges”, in: Blüher, K. A. / de Toro, A. Jorge Luis Borges. Variaciones interpretativas sobre sus procedimientos literarios y bases epistemológicas. Frankfurt am Main: Vervuert Verlag, 1992.
 
Boegeman, Margaret, “From Amhoretz to Exegete: The Swerve from Kafka by Borges”, in: Alazraki, Jaime. Critical Essays on Jorge Luis Borges. Boston: G. K. Hall, 1987, p. 173-191.
 
Borges, Jorge Luis, Obras completas de Jorge Luis Borges. Buenos Aires: Emecê, 1974.
 
Deleuze, Gilles, Différence et répétition, Paris : PUF, 1968.
 
Deleuze, Gilles / Guattari, Felix, Kafka – toward a minor literature. Minneapolis: University of Minnesota Press,  1986.
 
Gilles Deleuze / Felix Guattari, “Rhizome”, in: A thousand plateaus: capitalism and schizophrenia. Minneapolis: University of  Minnesota Press, 1987.
 
Jameson, Fredric, “Post-modernism, or the cultural logic of late capitalism”. NLR, 146, July/August 1984.
Kafka, Franz, Beim Bau der chinesischen Mauer : Prosa und Betrachtungen aus dem Nachlass. Leipzig: Gustav Kiepenheuer, 1985.
 
Kennedy, Michael, Oxford dictionary of music. Oxford; New York: Oxford University Press, 2006.
 
Kristeva, Julia, “Word, Dialogue and Novel”, in: Toril Moi, The Kristeva reader. New York: Columbia University Press, 1986.
 
Lowes, John Livingston, The road to Xanadu: a study in the ways of the imagination. Princeton, N. J.: Princeton University Press, 1986.
Nünning, Ansgar, Metzler Lexikon der Literatur- und Kulturtheorie. Stuttgart; Weimar: Metzler, 1998.
 
Politzer, Heinz, “Zwei kaiserliche Botschaften. Zu den Texten von Hofmannsthal und Kafka”. Modern Austrian Literature, Volume 11, Number 3-4, 1978. p. 104-122.
 
 Schlaffer, Heinz, Borges. Frankfurt am Main: Fischer, 1993.
 
Teyssot, Georges, “Specular relation”. Assemblage, Nº 20, 1993. p. 78-9.
Toro, Alfonso de, “Überlegungen zur Textsorte ‘Fantastik’ oder Borges und die Negation des Fantastischen: rhizomatische Simulation, ‘dirigierter Zufall’ und semiotisches Skandalon”. Schenkel / Schwarz / Stockinger / de Toro (ed.), Die magische Schreibmaschine. Aufsätze zur Tradition des Phantastischen in der Literatur. Frankfurt am Main: Vervuert Verlag, 1998.
 
Yourcenar, Marguerite.Borges ou le Voyant”, in: En pélerin et étranger. Paris: Gallimard, 1989.
--  Nouvelles Orientales. Paris : Gallimard, 1963.


[1] Cf. Gilles Deleuze/Felix Guattari, Kafka – Toward a Minor Literature, Minnesota, 1986, p. 3.
[2]  Cf. id. ibid.
[3]  Cf. Other Inquisitions, (1950), in: J.L.B., Obras Completas,  p. 635.
[4] Cf. p. 801.
[5] Id. ibid.
[6] Cf. o poema "Los Espejos", em El Hacedor, p. 814-5.
[7]  Em Artificios, 1944, talvez uma variação da personagem de Hitchcock Mr. Memory, no filme The 39 Steps.
[8]  Cf. id. ibid., p. 485.
[9]  Cf. El Otro, El Mismo, 1964, p. 927.
[10]  Cf. p. 470.
[11]  Cf. p. 471.
[12]  Cf. Julia Kristeva, op. cit., passim.

domingo, 10 de junho de 2012




Polifonia em 'Parábola del Palacio' de Jorge Luis Borges

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       Ler a 'Parábola del Palacio', breve texto publicado em 1960 no livro central de Borges El Hacedor, traz necessariamente à memória dois outros textos mais antigos, de autores bem conhecidos de Borges, o primeiro de Franz Kafka, a parábola 'Eine kaiserliche Botschaft', publicada em 1919 na narrativa Beim Bau der chinesischen Mauer, o segundo de Marguerite Yourcenar, a novela inaugural das suas Nouvelles Orientales, 'Comment Wang-Fô fut sauvé', de 1938.


       A intertextualidade com Kafka não é uma surpresa, já que Borges traduzira em 1938 nove contos de Kafka para espanhol, incluindo Beim Bau der chinesischen Mauer. Este conto de Kafka era o seu preferido, e contém o gérmen do que viria a ser o essencial da obra de Borges, sendo 'A Lotaria de Babilónia', 'As Ruínas Circulares' e 'A Biblioteca de Babel' aqueles textos em que a influência de Kafka é mais nítida.[1] Quanto ao segundo texto, é igualmente conhecido o interesse de Marguerite Yourcenar por Borges, a quem dedica em 1989 um belíssimo estudo intitulado 'Borges ou le Voyant', na colectânea de ensaios En pélerin et étranger. Os dois escritores conheciam-se pessoalmente e terão conversado em várias ocasiões. Une-os sobretudo uma concepção de literatura baseada no sonho, evidente no ensaio de Yourcenar, no qual louva a arte do texto de Borges, no qual “tout s’échange et devient autrement la même chose”.[2] A parábola de Kafka parte, para além de muitos outros escritos sobre o Oriente, de que era conhecedor, de um poema de Hugo von Hofmannsthal, 'Der Kaiser von China spricht', de 1897. O conto de Marguerite Yourcenar baseia-se, segundo a própria autora, num apólogo taoísta lido em 1936 na Revue de Paris.[3] Assim, a corrente originada na sequência destes textos, além de possuir implicações intertextuais que tentarei deslindar, é à partida uma ilustração da construção de literatura em Borges como escrita realizada ao longo dos tempos através de vários escritores, tal como a descreve no conto 'El Inmortal', de 1949.

       Tendo como personagens principais figuras míticas de imperadores orientais e figuras de artistas – um “tu” que sonha a mensagem do imperador em Kafka, o pintor Wang-Fô em Yourcenar, e o poeta em Borges, o tema dos três contos é o poder do imperador, que é absoluto, excepto pelo contrapoder do artista, que lhe equivale ou o ultrapassa. São textos sobre a comunicação estética, o poder da arte e a criação poética. A 'Parábola del Palacio' é composta por duas partes, a primeira a descrição que o Imperador Amarelo (o mais antigo e mítico Imperador da China, a quem é atribuído o Taoísmo) faz ao Poeta dos labirínticos domínios do seu palácio imperial. A segunda relata como o poeta, chegados à torre do palácio, recita uma breve composição que faz desaparecer o palácio. A parábola termina sem lição moral, num tom desiludido e desencantado em relação ao poder de representação da arte.


       Não é a primeira vez que Borges escreve sobre este tema. Em 1952, no volume Otras Inquisiciones, trata o tema do Imperador e do Poeta no texto 'El Sueño de Coleridge'. Aqui Borges relata a experiência onírica que, segundo o próprio Coleridge, o terá inspirado a escrever o poema 'Kubla Khan'. Borges traça o paralelo com o sonho do imperador mongol que dá o nome ao poema e que, cinco séculos antes, sonhara um palácio e o edificara segundo essa visão: “Un imperador mongol, en el siglo XIII, sueña un palacio y lo edifica conforme a la visión; en el siglo XVIII, un poeta inglés que no pudo saber que esa fábrica se derivó de un sueño, sueña un poema sobre el palacio.” [4] A explicação final para este paralelismo, a cinco séculos de distância é, segundo Borges, a seguinte: “Acaso un arquetipo no revelado aún a los hombres, un objeto eterno (...), esté ingresando paulatinamente en el mundo; su primera manifestación fue el palacio; la segunda el poema. Quien los hubiera comparado habría visto que eran esencialmente iguales.” [5]


       Ora a questão que se coloca é a seguinte: como é que o poeta e o imperador, que em 'El Sueño de Coleridge' são manifestações da universalidade do Espírito e do sentido ecuménico da Arte, se tornam em opostos inconciliáveis na 'Parábola del Palacio'? Esta é a questão que coloca este labirinto de textos. Em vez de sugerir uma saída do labirinto textual, vou propôr mais alguns fios para adensar o problema, à medida que tentamos resolver a charada. Embora Borges não refira Marguerite Yourcenar, conhecia sem dúvida o belo conto 'Comment Wang-Fô fut sauvé'. Nesse conto, os dois mundos do Imperador e do pintor Wang-Fô são opostos e inconciliáveis. A arte é ao mesmo tempo a condenação e a salvação do artista. Wang-Fô é condenado à morte pelo imperador, que acha os quadros do pintor demasiado belos, demasiado perfeitos, dando uma ideia errada do mundo e dos homens. Simultaneamente, nesse poder de transfiguração da realidade circundante, a arte salva Wang-Fô, que se evade do mundo da corte do imperador sem que ninguém possa detê-lo. Esta concepção de arte é ainda romântica e metafísica – o mundo do Imperador opõe-se irremediavelmente ao mundo da arte, que lhe é muito superior, e ao qual não tem qualquer capacidade de acesso, nem de apreensão do seu conteúdo, nem no final, para interferir na fuga de Wang-Fô e do seu discípulo. É  certamente à luz desta antinomia romântica arte/vida que podemos compreender a mudança no texto de Borges desde a intrínseca similitude entre Imperador e Poeta de 'El Sueño de Coleridge', e a oposição irredutível entre os dois que encontramos na 'Parábola del Palacio'.

(a continuar)

[1] Cf. Margaret Boegeman, 'From Amhoretz to Exegete: The Swerve from Kafka by Borges', in: Jaime Alazraki, Critical Essays on Jorge Luis Borges. Boston, 1987, p. 173-5.
[2] Cf. Marguerite Yourcenar, 'Borges ou le Voyant', in: M. Y. , En pélerin et étranger, Paris, 1989.
[3] Cf. Revue de Paris, 43.4 (15 février 1936), p. 848-859.
[4] Cf. Jorge Luis Borges, Obras completas de Jorge Luis Borges. Buenos Aires: Emecê,1974, p. 644.
[5]  Cf. id. ibid., p. 645.